D. Sebastião, rei de Portugal
"Louco, sim, louco, porque quis grandeza"
Fernando Pessoa
Será que D. Sebastião desapareceu mesmo? E se um dos maiores heróis portugueses não fosse um louco como Fernando Pessoa caracterizou, mas sim a maior desilusão da História portuguesa?
Assumindo que a 4 de agosto de 1578, D. Sebastião aportou com as suas tropas em Alcácer Quibir, o rei português acabava de abandonar Portugal sem descendência e sem intenção de voltar. D. Sebastião, quando embarcou rumo a África, tinha sido de forma explícita aconselhado a deixar descendentes, algo que, com os seus vinte e quatro anos, já deveria ter, dado que na época era expectável começar a procriar aos 16. O jovem rei acabará por ser um dos mais imprudentes da História, não por ser um louco, mas por ser um líder que não ambicionava ser.
Será que o nosso tão desejado, afinal, não é quem dizem ser?
Será que o que lhe faltou foi ser uma “besta sadia que procria”? Muito provavelmente se o fosse, também teria evitado que Portugal tivesse sido anexado pelos espanhóis. Assim sendo, acredito que o rei não tenha efetivamente desaparecido, mas sim procurado desaparecer, algo que comprova o facto de o corpo nunca ter sido encontrado.
Em suma, contrariamente àquilo que Pessoa acreditava, defendo que D. Sebastião não foi o herói que Portugal precisou, muito menos o louco sonhador, acabando apenas por se tornar no maior egocêntrico que Portugal alguma vez conheceu.
Atividade de Escrita Criativa
Português - 12.ºE
Afonso Alves