Mais um dia na tipografia. O Sr. José agrupava os pequenos cubos de metal com letras inscritas – tipos - de modo a escrever o título do jornal do dia seguinte: Presidente da câmara renova o parque infantil local.

 Depois de juntar as letras “p” e “r”, o Sr. José começou a procurar a letra “e”. Mas não a encontrou. Suspirou pesadamente, prevendo o que ia acontecer a seguir. Como esperava, não encontrou nem o “a” nem o “e” nem o “i” nem o “o” nem o “u”. Ora, acontece que as vogais tinham como passatempo fazer greve! O motivo das greves? Preguiça! O Sr. José levantou-se aborrecido e começou a busca pelas vogais. Procurou atrás da guilhotina, da máquina de vincos e da máquina de impressão. Nada. Quando finalmente olhou para o cimo do armário, viu que as vogais o encaravam. Começaram então a habitual discussão sobre as condições que as vogais exigiam para voltarem ao trabalho. Desta vez, o Sr. José concordou com os seus termos e condições sem pensar duas vezes, o que as espantou. Quando se sentiram satisfeitas com os direitos e deveres acordados, desceram alegremente do armário. Assim que desceram, o Sr. José agarrou-as e pô-las numa caixa.

Ele já estava cansado dos seus dramas. Por isso, vendeu-as e comprou um conjunto de vogais novas. Claramente, nem só os políticos fazem bluff.

Atividade de Escrita Criativa

Literatura Portuguesa - 10.ºF

Ana Dias