Daniel e o empréstimo
Naquela manhã de outono, Daniel acordou mais cedo do que o habitual. Estava ansioso, pois à tarde sairiam os resultados do acesso ao ensino superior. Se por um lado desejava entrar, por outro tinha um certo receio, uma vez que os seus pais não tinham possibilidades económicas para pagar as despesas inerentes a essa nova etapa.
Passado algum tempo, recebeu uma mensagem da sua amiga Maria que dizia: ”Parabéns, boa sorte para o curso de psicologia”.Daniel ficou feliz, mas um pouco nervoso.
Apesar de ter dormido mal durante a noite, antes do banco abrir, já estava à porta, pois tinha decidido, juntamente com os pais, que iria pedir um empréstimo. Dialogaram com o bancário e combinaram que os seus terrenos, que eram o único bem de valor que possuíam, serviriam de hipoteca, caso não conseguissem pagar o empréstimo em cinco anos. Antes de sair do banco, o bancário disse-lhes: “Esta é uma boa altura para fazer um empréstimo, pois a taxa de juros está baixa”.
Tudo correu bem durante os três primeiros anos, mas no início do quarto ano, Daniel começou a aperceber-se que não iria conseguir pagar os juros, pois as despesas aumentaram significativamente.
Felizmente, quando menos esperava, a mãe deu-lhe uma boa notícia. Tinham recebido uma excelente proposta de um empresário que pretendia construir um parque de diversões nos seus terrenos.
O negócio foi concretizado com sucesso, recebendo a família de Daniel uma grande quantia de dinheiro. Mas Daniel não se deixou iludir pela riqueza. Continuou a estudar muito e acabou o curso com uma excelente média tornando-se um psicólogo reconhecido a nível internacional.